Um dos 15 fugitivos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, foi recapturado na final da tarde de ontem, 18, em Parnamirim, na Grande Natal. Após dois dias em liberdade, o acusado de homicídio Luiz Henrique da Costa, conhecido como "Bolinha", foi localizado e preso no bairro da Liberdade, por policiais militares do Grupo Tático Operacional (GTO) do 3° BPM. Ele estava de posse de um revólver calibre 38 e com 13 munições, o que acarretará em mais um processo criminal, desta vez por posse ilegal de arma.
A prisão do fugitivo só foi possível pela colaboração da população que ligou para o 190 e repassou o local onde o acusado estava rondando e as características da roupa que vestia. O GTO recebeu a informação desde a manhã e permaneceu em diligência na localidade.
Segundo os policiais, no momento em que "Bolinha" avistou a viatura da PM empreendeu fuga invadindo duas residências. Na segunda, porém, foi imobilizado e conduzido ao 1° Distrito Policial (Parnamirim), onde foi realizado o flagrante.
Apesar de estar com muita munição, Bolinha não efetuou nenhum disparo contra os policiais, que também conseguiram prende-lo sem que fosse necessário atirar.
De acordo com o delegado Graciliano Lordão, Luiz Henrique responde processo por dois homicídios e quando foi preso havia informações de que ele estava querendo matar o sogro. "Ele deve ser, entre todos os que fugiram de Alcaçuz, o mais perigoso. Ele é de alta periculosidade e para já estar armado deveria estar pensando em matar alguém", observou o delegado.
Foragidos
Ainda estão foragidos Nelson Francisco da Silva Santos e Josenildo Lima dos Santos, acusados de matar o pastor em Felipe Camarão; Wagner Nunes da Rocha, o "Vado", acusado de assaltar o ônibus de turistas cariocas em Camurupim; Bruno Pamplona de Oliveira Menezes, conhecido como homicida perigoso de Parnamirim; João Maria Maciel da Paz, Rafael Alves Pereira, Anderson Carlos do Nascimento, Jucélio Severiano da Silva, Danilo da Silva Cardoso, Isaque Fernandes Soares, João Batista Silvano do Nascimento, José Ramilson da Silva, Medson Ferreira da Silva, o "Bildog", e Diego Cezar Silva de Moura.
O túnel
A fuga aconteceu por volta das 4h30 do sábado, 16, quando os bandidos conseguiram alcançar a área externa do presídio, que dá acesso à área de mata, após cavar um túnel a partir do pavilhão 4, onde ficam os presos provisórios, e serrar a grade de cinco celas.
No momento em que saíam do buraco, de 20 metros de comprimento e três de profundidade, um dos policiais que estava em uma das oito guaritas percebeu a movimentação estranha e começou a atirar, mesmo assim os presidiários conseguiram escapar. O helicóptero Potiguar 1 foi acionado para auxiliar nas buscas aos fugitivos, mas não obteve êxito. O diretor do presídio, coronel Severino Gomes dos Reis Neto, relatou que a fuga foi "uma surpresa para os policiais", porque um dia antes da fuga os pavilhões foram revistados.
Ou seja, de acordo com as informações passadas pelo Coronel Reis, o túnel foi cavado em menos de um dia. Ele disse acreditar que o plano de fuga tenha sido posto em prática durante a noite, pois, segundo ele, não demora muito a conseguir cavar um túnel como o feito pelos bandidos, porque o terreno é arenoso. "Tínhamos aqui 613 homens, após a fuga restaram 598, cuja vigilância sobre eles será redobrada. É questão de honra recapturarmos esse grupo o quanto antes", concluiu o ex-comandante geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte.
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