segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Cabo Jeoás pode ser considerado

 desertor caso não se

 apresente à PM hoje


O cabo Jeoás Nascimento dos Santos poderá ser considerado desertor da Polícia Militar do Rio Grande do Norte. O abandono de trabalho que configura crime será concretizado nas primeiras horas desta terça-feira (14), caso o PM não se apresente a uma unidade militar.
Contra ele, existe um mandado de prisão expedido pela Justiça baiana, que o acusa de depredação do patrimônio público e formação de quadrilha durante a greve da categoria policial no Estado. Ele já foi notificado pela ausência no 1º Batalhão da PM, na zona Leste de Natal, onde é lotado.
Jeoás Nascimento é presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM/RN e vice-presidente da Associação Nacional de Praças (Anaspra). Em virtude deste posto que ocupa, o cabo esteve presente em Salvador, na Bahia, para cobrar melhorias para a categoria durante a greve que foi deflagrada na localidade.


Quarenta homens do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal, equipe considerada elite da PF, desembarcaram em Salvador para dar cumprimento aos mandados. Eles foram enviados pelo Ministério da Justiça especificamente para prender o presidente da Associação de Cabos e Soldados do RN e os outros líderes do movimento grevista. Na oportunidade, Jeoás já havia retornado ao Rio Grande do Norte.
Nesta terça-feira encerra-se o prazo para apresentação do praça à Polícia Militar. A partir de agora, caso não se apresente, o cabo Jeoás sofrerá uma série de sanções administrativas e judiciais. "Será lavrado um termo de deserção e comunicado ao juiz da 11ª Vara Criminal (Auditoria Militar)", esclareceu o comandante-geral da PM, coronel Francisco Araújo.  Após o comunicado, a diretoria de pessoal tomará ciência do crime e procederá à suspensão do salário do policial. O crime de deserção prevê a punição administrativa de 60 dias de detenção, a serem cumpridos em uma unidade militar. Caso se apresente antes da meia-noite, o cabo Jeoás enfrentará uma sindicância, onde será apurado o motivo da sua ausência. Uma das reivindicações dos servidores públicos para o término da greve era que houvesse anistia aos envolvidos nas manifestações. As negociações avançaram no sentido de anistia administrativa, mas não criminal. A presidenta Dilma Rousseff chegou a se pronunciar sobre o assunto em entrevista coletiva. "Vai chegar um momento em que vão anistiar antes do processo grevista começar. Eu não concordo com isso. Por reivindicação, eu não acho que as pessoas têm de ser presas, nem condenadas. Agora, por atos ilícitos, por crimes contra o patrimônio, crimes contra as pessoas e crimes contra a ordem pública, não podem ser anistiados. Se você anistiar, aí vira um país sem regra".
Em contato com a reportagem da TRIBUNA DO NORTE, a Associação de Cabos e Soldados da PM/RN (ACS) se pronunciou alegando que "busca remédios jurídicos para reverter a prisão motivada politicamente".

Nenhum comentário :

Postar um comentário